sábado, 13 de novembro de 2010

Novas facetas da tequila

Não sou de beber tequila, mas achei interessante!!!
Ainda assim, prefiro a Vodka!



Um jovem entra no bar e é recebido por garçonetes voluptuosas. Elas estão armadas com garrafas de tequila e munidas com copos de “shot”, limão e sal. Ele lambe um pouco de sal no dorso da mão e vira a dose inteira em uma talagada. Atordoado, tenta sorver um gomo de limão, mas as moças balançam sua cabeça e rodopiam o seu corpo. Situações como essa, comuns em bares de Cancun, zona turística caribenha, passaram a ser copiadas em outros cantos do mundo e ajudaram a criar uma imagem distorcida da bebida e do bebedor do destilado-símbolo do México.

A cena, importada no imaginário de quem passou o verão por ali ou transmitida em algum filme com clichês mexicanos, faz parecer que todo bebedor de tequila é um mal intencionado ou beberrão de plantão. Mudar essa aura de baderna que circula a bebida é um trabalho diário dos representantes da cultura mexicana fora de seu país.
A tequila é parte do cotidiano do mexicano, de qualquer classe social. Longe das baladas e dos exageros no consumo, homens de negócios se reúnem na hora do almoço em um restaurante tradicional em Puebla. De terno e gravata, apesar do calor, eles aguardam os pratos enquanto bebericam tequila nos copos artesanais de vidro soprado, conhecidos como “caballitos”. Com a mesma naturalidade, à noite, na Cidade do México, um grupo de moças sai do trabalho e compra uma garrafa, que vão dividir adicionando refresco de toronja e suco de limão, as chamadas “palomas”.
Antonieta Pozas, proprietária do restaurante La Mexicana, no bairro paulistano da Vila Olímpia, diz que seus clientes consideram a sugestão de beber no almoço com estranheza. “Não querem nem quando eu ofereço de graça”, diz ela, que tem uma diversificada carta de tequilas, que podem ser vistas na estante atrás do balcão da casa.















Foto: Dorivan Marinho / Fotoarena
Estante com tequilas do restaurante La Mexicana, em São Paulo

Mais opções...

A maior parte da tequila consumida no Brasil é a chamada mista, popularizada pelos rótulos José Cuervo e Sauza. Ela é feita a partir de 60% de agave azul (a tequilana weber, uma planta parecida com a babosa) e o restante de outras matérias-primas, como cana de açúcar. É essa que embala a cabeça de turistas doidões e que em geral compõem drinques “fáceis de beber”, como a frozen margarita. Para saborear pura, no entanto, fica difícil.
Comparando com a nossa cachaça, essa tequila mista é o equivalente à pinga barata vendida em qualquer esquina. O bebedor experiente, no entanto, busca a tequila premium, feita 100% a partir do agave azul e que respeita diversas classificações quanto ao envelhecimento em madeira. Essa última seria para nós o equivalente à nossa cachaça artesanal de alambique, mas com uma diferença crucial em favor do destilado mexicano: o controle e a regulamentação total da produção.
É verdade que há poucas tequilas premium que chegam ao Brasil. A própria José Cuervo, que ainda é uma das companhias que pertence a uma família mexicana, tem seu rótulo de excelência, a Cuervo Tradicional, e que pode ser encontrada por aqui. Além dela, alguns poucos empórios vendem marcas como a Don Julio e El Jimador. Para diversificar mais, só em casas como a de Antonieta. Por enquanto.















Foto: Dorivan Marinho / Fotoarena

O que vem por aí: rótulos da Revolución e da Herradura devem chegar ao Brasil neste ano:

Carlos Alexandre Werneck de Freitas já foi responsável pela importação de uma tradicional tequila premium, a Herradura. Mas a empresa foi comprada pela Brown-Forman (proprietária, entre outras marcas, da Jack Daniels) e a venda no Brasil foi suspensa. Apaixonado por cultura e culinária mexicana, ele agora finaliza os trâmites para trazer a tequila Revolución, inclusive para “brigar” no setor de drinques. “Acertei um preço com o fornecedor para que a branca 100% agave chegue ao revendedor por um preço bem competitivo” , diz ele.
A Revolución chega ao país nas versões branca, reposado, añejo e 100% proof, uma edição limitada com 50% de graduação alcoólica. Mas Werneck afirma que a Herradura também está com data para voltar ao Brasil. “A Brown-Forman vai trazê-la de novo, estou participando como consultor da ação”, conta ele, que prevê que ao menos a Revolución deve estar disponível até o fim do ano em mercados como Brasília, Rio, Curitiba e Camboriú.


By: Ig

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