O genoma do Homo neanderthalensis foi obtido a partir de mais de 3 bilhões de nucleotídeos (parte do DNA) de vários ossos da espécie achados na Croácia, Rússia e Espanha, além de amostras do Neandertal original encontrado na Alemanha.
Segundo os cálculos dos cientistas, de 1% a 4% do DNA de muitos seres humanos da atualidade vieram do antepassado remoto. "Aqueles que vivem fora África carregam um pouco do DNA do Neandertal", explicou Pääbo.
Foram comparados cinco sequenciamentos genéticos de homens modernos da Europa, Ásia e África e, para a surpresa dos pesquisadores, as semelhanças com o Homo neanderthalensis foram registradas entre os europeus, asiáticos e papuásios. Até então, acreditava-se que o tipo sapiens e neanderthalensis nunca haviam se misturado. Mas a descoberta recente indica o contrário e que, inclusive, indivíduos foram gerados a partir do cruzamento. É provável que a mistura tenha acontecido no Oriente Médio, entre 100 mil e 50 mil anos atrás.
Um estudo mostrou que todos os humanos, exceto os de ancestralidade puramente africana, tem em seu DNA uma contribuição de 1% a 4% de elementos genéticos de neandertais, indicando que as duas espécies cruzaram entre si e geraram descendentes comuns. O estudo de quatro anos, liderado pelo instituto alemão Max Planck com colaboração de várias universidades de outros países e divulgado na publicação científica Science, desvendou o genoma, ou código genético, dos homens de Neandertal, espécie extinta há aproximadamente 29 mil anos.
As conclusões surpreenderam especialistas, já que evidências anteriores sugeriam que os neandertais não haviam contribuído para nossa herança genética.
O estudo também confirma que quase a totalidade dos humanos descende de um pequeno grupo de africanos que se espalhou pelo planeta, entre 50 e 60 mil anos atrás.
Cruzamentos Traços da contribuição genética do neandertal foram encontrados em populações europeias, asiáticas e da Oceania.
"Eles não foram totalmente extintos, vivem um pouco em nós", disse o professor Svante Paabo do Max Planck em Leipzig.
O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, disse que "o que realmente nos surpreendeu foram as evidências de que ocorreu algum tipo de cruzamento entre neandertais e humanos modernos".
Outros especialistas se disseram surpreendidos com a relativamente alta quantidade de material genético do neandertal (até 4%) em humanos modernos.
A pesquisa O genoma sequenciado usou DNA dos restos de três neandertais descobertos em uma caverna na Croácia.
Um dos desafios do projeto foi extrair material genético aproveitável dos ossos, que possuíam dezenas de milhares de anos de idade.
As amostras continham pequenas quantidades de DNA de neandertais, misturados com DNA de bactérias e colônias de fungos que instalaram-se nelas ao longo dos anos.
O DNA de neandertais havia se quebrado em pequenos pedaços e modificado-se quimicamente, mas estas mudanças eram de natureza regular, o que permitiu aos pesquisadores corrigir as imperfeições por meio de programas de computador.
Teorias A explicação mais plausível para a aproximação genética entre não africanos e neandertais é a de que houve um contato reprodutivo reduzido (ou fluxo de genes) entre as duas espécies. Este cruzamento pode ter ocorrido quando os humanos deixavam o continente africano, talvez no norte da África ou na península arábica.
Segundo a teoria que diz que o mundo foi povoado a partir da África, o homo sapiens substituiu gradativamente as populações indígenas de outras regiões, como os neandertais. Pesquisas anteriores indicavam a Europa como o local mais provável para as duas espécies terem se encontrado e possivelmente trocado genes.
Segundo a teoria que diz que o mundo foi povoado a partir da África, o homo sapiens substituiu gradativamente as populações indígenas de outras regiões, como os neandertais. Pesquisas anteriores indicavam a Europa como o local mais provável para as duas espécies terem se encontrado e possivelmente trocado genes.
Homo sapiens e neandertais conviveram no continente por mais de 10 mil anos.
A história do Neandertal
O Homo neanderthalensis viveu na Europa e no Oeste da Ásia, na Sibéria, Sul do Oriente Médio e desapareceu há 30 mil anos.
Segundo os registros fósseis, o Neandertal era mais musculoso, tinha membros mais curtos, a cabeça maior e o cérebro mais volumoso. Ele fazia uso de ferramentas sofisticadas, controlava o fogo, vivia num espaço organizado, caçava e, ocasionalmente, fazia uso de ornamentos e objetos simbólicos.
Os primeiros fósseis foram encontrados em 1829, na Bélgica, e 1848, em Gilbratar. Só foram reconhecidos como espécie pré-humana em 1856, com a descoberta do "Neandertal 1", um exemplar de 40 mil anos encontrado no Vale de Neander, na Alemanha.
Um comentário:
Agora todo o mundo é afrodescendente e tem direito às cotas caso tenha estudado em escolas publicas! Até os branquelos dos europeus! =P
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