A segunda edição do World Architecture Festival (WAF), apesar da organização inglesa, manteve Barcelona como sede do evento. No início de outubro passado, 297 projetos foram apresentados e julgados por uma plateia de quase 50 júris de diversos países. No final de intensos três dias, sagrou-se vencedor um pequeno projeto na savana africana, cujo autor, o sul-africano Peter Rich, declarou: “O arquiteto deve servir a sociedade”.


Ao todo, foram mais de 270 projetos concorrentes, muitos deles realizados por projetistas e escritórios estrelados, como Richard Rogers, Nicholas Grimshaw, Miralles Tagliabue, Will Alsop, Ehrlich Architects, Coop Himmelb(l)au e SOM, entre outros. Na outra ponta, estavam os jurados, com arquitetos e representantes da mídia, tais como Peter Cook, Sou Fujimoto e Charles Jencks. O chamado superjúri, que examinou todos os vencedores para eleger o projeto do ano, foi presidido por Rafael Viñoly (uruguaio radicado nos EUA) e integrado por Suha Ozkan (Turquia), Matthias Sauerbruch (Alemanha), Farshid Moussavi (iraniano radicado na Grã-Bretanha) e Kengo Kuma (Japão). Entre os eventos paralelos, o destaque foram os debates. Foram dois temas centrais - Cidades e Menos Faz Mais -, cujo foco era analisar os desafios que esperam os arquitetos na nova ordem econômica mundial.
Edifício do ano
O grande vencedor do festival deste ano foi um projeto pequeno e simples. E, além do mais, completamente fora do eixo do cenário arquitetônico tradicional. Trata-se de um centro de interpretação em Mapungubwe, na África do Sul, desenhado pelo arquiteto Peter Rich. Antes de se apresentar para o superjúri e suplantar todos os outros vencedores das demais categorias, o sul-africano já tinha realizado um feito e tanto: ganhar em uma das categorias mais concorridas, a de Edifícios Culturais. Para se ter uma ideia, entre os 15 projetos que disputaram com Rich estavam trabalhos de autores como UN Studio (de Van Berkel & Bos), Populous, Norman Foster, Nicholas Grimshaw e Miralles Tagliabue (com duas obras).
A apresentação de Rich ao superjúri foi mais poética do que técnica, tanto que as primeiras perguntas, feitas por Viñoly, diziam respeito à organização do projeto. “Como é a planta?”, questionou Viñoly, que queria simplesmente entender o funcionamento do prédio. O edifício está localizado na confluência dos rios Limpopo e Shashe e foi desenhado para abrigar artefatos pré-históricos da região. Por trás da proposta há um elaborado programa social, que começou a partir da construção e envolveu a população não só na execução, mas também na concepção do espaço. “Vou continuar em minha missão de servir os menos privilegiados, porque eles merecem”, disse Rich. Atualmente, ele desenvolve um projeto na Etiópia.
Completo em: ArcoWeb
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