sexta-feira, 10 de junho de 2011

HONRA ENTRE LADRÕES

Estou assistindo o jornal da Band ( que é um dos melhores da tv aberta, creio) e eles passaram uma reportagem sobre o assassinato do jovem na USP, no dia 18 de maio...
Pois bem, estou pasma até agora, chocada com o ponto em que o Brasil chegou.

Como se não bastasse ouvir que Palocci não fez nada, que os senadores, deputados, vereadores e prefeitos ( dentre outros ) são tods bonzinhos que estão sempre na hora errada no local errado, ou que os médicos que deixam coisas dentro dos pacientes não têm culpa, hoje fui informada que existe uma ética profissional entre os bandidos!

Pelo amor de Deus... Ética entre bandidos? É, de certa forma não é tão errado... veja só:

Existe ética entre a galera de Brasília, ou não existe ( quando você ouve alguém dizendo : - Não é bem assim... ou - Eu não sabia de nada!... isso é a tal da ética entre os safados).
Existe a ética dos polícias corruptos...
Existe a etica entre os usuários de drogas...
E há a Ética Dos Ladrões...

Pois é, só não restou a vergonha, o respeito aos cidadãos honestos. Bandido safado sai pela porta da frente e ainda abre a boca para dizer que se o estudante não tivesse reagido ele não teria levado bala! Onde nós estamos?
Um ladrão, bandido, assassino diz na tv que matou e é solto, responde em liberdade porque é réu primário, tem residência fixa?
Vamos matar pessoal, é melhor ser bandido do que ser honesto nesse país...

Bandido não paga imposto, recebe auxílio do governo, (em breve) cada ano de estudo será revertido em dias de liberdade (os safados de Brasília serão beneficiados com essa também - vai ter gente com saldo), e ainda pode fazer piadinha na tv! Pra que melhor?

Que país é esse?? Precisa responder?
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By: G1 SP

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D´Urso, repudiou na manhã desta sexta-feira (10) as declarações do advogado Jeferson Badan, que, na noite anterior, falou à imprensa que “todo bandido tem ética” e “em todas as profissões têm ética”. As frases foram ditas pelo defensor para justificar o motivo pelo qual o seu cliente, que confessou participação no assassinato do estudante da USP, Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, em 18 de maio, não iria entregar o comparsa, que teria atirado na vítima.


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D´Urso classificou as frases de Badan como “infelizes” e afirmou que elas envergonham “toda a classe de advogados” porque comparou profissões com atividades criminosas. O caso sera levado à discussão na diretoria da OAB, que irá analisar se o advogado será advertido pelo que disse.

As declarações de Badan ocorreram durante entrevista coletiva à imprensa na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na capital paulista, na noite de quinta-feira (9). Seu cliente, o comerciante Irlan Gracino Santiago, de 22 anos, tinha se apresentado à Polícia Civil e confessado participação no assassinato do aluno da USP, morto com um tiro na cabeça após reagir a uma tentativa de assalto no estacionamento da Faculdade de Econômia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo. Santiago e um comparsa queriam roubar o carro da vítima, que não foi levado.

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Santiago foi indiciado pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte) e liberado. Pela lei, ele pode responder ao processo em liberdade porque se apresentou espontaneamente, confessou o crime, não possui antecedentes criminais e tem residência fixa. O DHPP deverá pedir a prisão preventiva de Santiago após a conclusão do inquérito.



“Todo bandido tem ética. Vocé [reporter] é um cara experiente na area criminal e eu sei que você está fazendo essa pergunta simplesmente por fazer. Você sabe que em todas as profissões têm ética. Na sua profissão, se tiver um reporter na sua frente, a ética dele é dar espaço para você trabalhar”, havia dito o advogado Badan na quinta durante a entrevista com jornalistas. “Caguetas só tem um final: ou morrem fora ou dentro das cadeias”.


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Segundo o presidente da OAB-SP, essas declarações foram infelizes.

“Essas frases recebem a nossa repulsa. Foi uma manifestação absolutamente infeliz ao estabelecer comparativo entre profissões honradas e dignas, que têm a ética, comparando-as com atividade criminosa, que não é profissão. É uma manifestação de violência à lei e ao próximo. Há uma confusão de princípios ao dizer que bandido é profissão. Ética é antagonismo do crime. Ética cultua valores do bem, da honestidade, da conduta correta. Um criminoso ao infringir a lei e provocar morte não tem nada a ver com ética. Não é nem comportamento antiético e comportamento criminoso”, disse D´Urso.

Ainda segundo o presidente da OAB-SP, o fato de o homem que confessou participação no crime do aluno da USP não querer revelar quem foi seu comparsa não pode ser confundido com ética. “Tem a ver com sentido de proteção ao comparsa”, disse D´Urso.

Segundo D´Urso, o caso será analisado pela diretoria da OAB-SP na reunião da próxima segunda-feira (13). “É uma manifestação infeliz e confusa”, explicou.

Apesar disso, o caso não será levado ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP. “É uma declaração que envergonha toda a classe de advogados, mas não fere nosso código de ética”, justificou.


Pedido de desculpas

Procurado para comentar o assunto, o advogado Badan pediu desculpas na manhã desta sexta pelas declarações que fez durante entrevista coletiva concedida de quinta no DHPP.

“Falei frases infelizes e fui mal interpretado. Peço desculpas à família da vítima pelo que disse e a todos que se sentiram ofendidos. Na verdade eu quis dizer que todo bandido tem regras e não ética. Também quero esclarecer que bandido não é profissão. Bandido é bandido”, disse o advogado Badan, por telefone ao G1.

O crime

Segundo o advogado Badan, seu cliente e o outro criminoso escolheram a USP para roubar um carro no dia 18 de maio porque o filho de Santiago estaria passando por necessidades e porque lá tem pouca segurança e é escuro.

Ao chegar a USP, dupla teria atacado uma motorista do Ecosport prata. Ao perceber que ela tinha deficiência física, os criminosos desistiram de levar seu veículo e a obrigaram a dirigir por uma hora até encontrarem outra vítima.

Viram Paiva entrar no Passat blindado. Na versão de Santiago, a motorista ficou no carro com ele enquanto outro ladrão atacava estudante. Ao perceber o roubo, Paiva reagiu e deu socos no rosto do criminoso, que teria atirado. “Ele morreu porque foi para cima do meu parceiro e deu dois socos na cara dele. Ele ia tomar a arma e matar nós dois”, disse Santiago aos jornalistas.
O autor dos disparos teria voltado ao Ecosport e a motorista levou os dois para fora da USP. A mulher não foi localizada pelo DHPP para contar o crime.
Homem confessa crime e sorri

Pai do estudante morto na USP, o projetista Ocimar Paiva, de 52 anos, demonstrou revolta na quinta ao saber que Irlan, que confessou ter participado da morte de seu filho, não vai ficar preso por ter se apresentado espontaneamente à polícia. “Eu não perdoo, porque meu filho estava muito feliz, tinha sonhos, planos e foi executado”, disse.
Santiago falou aos jornalistas que não fugirá após a confissão. Ele também disse estar arrependido e que foi seu primeiro crime. “Pode falar para a família dele [do estudante] que estou arrependido. Tanto que estou aqui. Se é para pegar, vou pagar. Vou comparecer a toda intimação . Quero dizer para o meu filho que eu amo ele”, disse Irlan, que deixou o DHPP sorrindo.


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