segunda-feira, 20 de junho de 2011

Isso é literalmente morar na Igreja...


 Adorei,

Salvador deveria olhar isso e fazer alguma coisa pelas ruinas que estão abandonadas em nossa capital...
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By: Casa e Imóveis UOL

Na Holanda, igreja dessacralizada dá lugar a sala, quartos, cozinha e banheiro

Frank Hanswijk / UOL

Residential Church

Utrecht, Holanda

Na Holanda, uma igreja foi transformada em uma residência moderna;


Na Holanda, mais precisamente na turística cidade de Utrecht, uma antiga igreja tem seus espaços internos transformados para dar lugar a uma espaçosa moradia.
O projeto, de autoria de uma equipe de arquitetos holandeses do escritório Zecc, reutilizou os espaços sacros por meio da criação de atmosferas cênicas que formaram ambientes sem a necessidade de divisórias ou rígidas marcações formais. Caracterizado por poucas intervenções construtivas, o projeto privilegiou a liberdade espacial e a abundancia de luz.

 



Trazer a luz de volta

Quando os arquitetos foram chamados para reconfigurar os ambientes, a primeira providência foi “cortar” uma parte do mezanino e soltá-lo das paredes, pilares e arcos da igreja, de maneira a permitir novos olhares e aumentar a área exposta à luz. “O mezanino foi substancialmente modificado no sentido de reavermos, e até aumentarmos, as qualidades espaciais da antiga igreja”, explica um dos arquitetos. De fato, os arquitetos ora privilegiam a arquitetura sacra, ora conceitos contemporâneos, o que resulta em uma linha de projeto que mostra um perfeito intercâmbio entre o antigo e o novo.
O mezanino recortado forma uma caixa branca escultórica que divide os espaços em níveis e em natureza de ocupação. Sob sua laje foram locados dois dormitórios e banheiro, bem como um pequeno escritório, única área confinada do projeto. Os outros ambientes são totalmente abertos, e formam verdadeiros pátios internos cheios de luz natural.

Jantar sob a abóbada do altar

Na parte superior, móveis contemporâneos foram dispostos de maneira a formar uma sala de estar e, meio nível acima, onde havia o coro, outro espaço de uso múltiplo é paradoxalmente marcado por uma bateria.
No térreo, o hall de entrada liga-se diretamente a parte de trás da igreja por meio de um corredor que atravessa toda a caixa branca. Nessa porção posterior, a cozinha divide espaço com a sala de jantar, localizada exatamente sob a abóbada do antigo altar.
Todas as paredes internas foram pintadas de branco e pontuadas com obras de arte de temática urbana num forte contraponto à ritualística religiosa. No entanto, a grande mesa de madeira da sala de jantar revela a preocupação dos arquitetos em também absorver e reutilizar o máximo possível o sacro: ela é feita com a madeira dos antigos bancos da igreja.

Intervenção conceitual

Em torno desses espaços os vitrais originais foram mantidos e dividem lugar com novas aberturas, inseridas de maneira não ortogonal para marcar a intervenção e mais uma vez diferenciar o novo do antigo. O piso de madeira do pavimento térreo também foi mantido e restaurado, assim como as pesadas e adornadas portas de madeira.
Poucas intervenções, mas muitos conceitos povoam a nova casa, assim como a idéia de permitir a diversidade de uso dos espaços para quem sabe, no futuro, a construção comportar novas transformações, fechando um ciclo de possibilidades que pudesse resultar até em uma nova igreja.

Igrejas vazias

De acordo com os arquitetos autores do projeto, existem centenas de igrejas vazias na Holanda. Desde 1970, mais de mil igrejas de pequenas comunidades foram fechadas, e cerca de um terço delas foram demolidas. Dentro desse número metade das igrejas católicas foram ao chão. A previsão é que nos próximos anos outras mil igrejas percam sua função original, e uma das possíveis causas para a “vacância” é a baixa frequência os altos custos de manutenção.
Atualmente a demolição é uma opção menos utilizada em parte pela existência de leis de tombamento que, em tese, protegem o imóvel de danos e alterações. Tantas igrejas vagas estão constituindo matéria perfeita para o reuso, que parte da valorização da arquitetura original e adaptação com o menor número e interferências a novos usos.

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